quinta-feira, 9 de junho de 2011

Parte I

Ele estava de partida, num comboio sem destino aparente. Pela janela da pequena carruagem onde viajava conseguia ver apenas a sombria luz da noite misturada com outros estranhos vultos. Entre os dedos da sua mão ele brincava com uma pequena carta que já lera dezenas de vezes desde que a sua viagem começara. Já sabia de cor todo o ser conteúdo, até já memorizara a fina caligrafaria a que esta fora escrita.
Quando deu por si tudo á sua volta desaparecera, agora o seu mundo era apenas uma mistura confusa de luzes, vultos e imagens que não lhe faziam sentido algum. Ele tentou fugir de tudo, mas não conseguia mover as pernas. Quando olhou para baixo reparou que o chão o estava a consumir. Ele tentou gritar por ajuda mas a sua voz falhou-lhe assim que abriu a boca para falar. Lentamente o seu corpo ia começando a desaparecer sem que ele pudesse fazer o que quer que fosse para o impedir. Membro a membro, o seu corpo ia começando a desaparecer sem que ele os pudesse voltar a mover. A sua cabeça foi a ultima coisa a afundar, pela sua boca começou a entrar uma areia quente que lhe queimou a garganta e o interior do nariz. Os seus olhos foram a ultima coisa a desaparecer. Através deles ainda conseguiu ver por uma ultima vez o estranho cenário que o circundava, até que finalmente os pequenos grãos de areia o começaram a cegar e o asfixiaram, até á morte.

2 comentários:

  1. Desconheço os limites, isso sim :)
    Obrigado.

    Boas descrições, tenciono ler a próxima parte! Tudo evoluí gradualmente. Gostei.

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